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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ela

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Mesmo na mais certeza, ainda você tem a duvida, mesmo na hora mais remota do medo, você acha a coragem...  na hora mais incerta você acha a pessoa certa...
A névoa ainda estava presente de uma forma que impossibilitava que pudesse ver o sol tentando se mostrar em suas formas mais puras. Ela se sentia presa em um nevoeiro sem fim, sem saída, sem escapatória. Tudo se resumia ao nada, a uma vida sem sentido, sem fundamento algum, sem uma razão real para permanecer caminhando com a mesma vontade que a inspirou anos atrás. Ela estava vazia por dentro. Estava cega pela incerteza de encontrar uma solução para seus dias incompletos.
Ela tinha tanto amor dentro de si, mas não encontrava a pessoa que poderia suportar essa tormenta que era amá-la.
Sentou-se na pedra, analisando o nada que se manifestava aos seus olhos inocentes e jamais violados. Como pensar em amor se não tinha nada dentro de si? Como pensar em um amor se tudo para ela era apenas incerteza? Ela caminhou em disparada para outra direção, precisava esquecer que seu coração gritava por amor. Ela vagava na areia da praia, pés descalços afundando na imensidão do nada, enquanto as ondas levavam para longe as únicas notas musicais de uma sinfonia improvisada de um amor macabro que deveria alimentá-la, mas arrancava, em pedaços obscenos, sua noção de realidade. Era uma tormenta incontável de um desconhecido, era um veraneio primaveril incompleto desaguando nas areias do destino. Ela ainda esperava que as ondas da vida o levassem para os braços dela, e por mais que viesse a demorar, o tempo para ela havia se perdido, pois não havia começo, meio ou fim quando se tratava dela em busca do paraíso