Minha vontade é de mostrar a esses garotos como era brincar, se apaixonar, a realmente aproveitar a vida... Os únicos que posso salvar são meus sobrinhos, meus futuros filhos e meus primos....
Quando eu tinha 13 anos, meu único sofrimento era com o merthiolate, que ardia. Eu não queria saber com quem eu “ficava” ou deixava de “ficar”. Eu não achava — e ainda acho — que isso era coisa pra essa idade. Na minha idade, 13 anos era época para jogar bola, soltar pipa, brincar com pião, amarelinha e elástico, brincar de pique-esconde e não ser mais o café-com-leite. A única disputa das meninas era ficar comparando as bonecas, qual fazia xixi ou qual que falava. E dos meninos, o importante não era quem beijava ninguém primeiro numa festa, mas sim, quem tinha o carrinho de controle remoto mais rápido. 13 anos era época de tomar sorvete de flocos com cobertura de caramelo, em vez de vodka com red-bull. Eu não tinha motivo pra ficar sofrendo nessa idade por perder o amor da minha “vida”. Quando eu tinha 13 anos, eu não me preocupava nem um pouco com o que ia fazer da vida. Minha única preocupação era acordar a tempo de pegar meu cobertor e deitar no sofá para assistir “Powers-Rangers”, “Corrida-Maluca”, “Pica-Pau”, “Coiote e Papa-Léguas”, “Pombo Doodle” e tantos outros mais. Ah, como eu tenho saudade dos meus 13 anos…