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domingo, 14 de agosto de 2011

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Dedicado a Giovana


Para alguns são apenas palavras, para outros é uma vida...
E então, menina? Ainda continua aí sentada vendo a vida passar diante teus olhos sem nem ao menos se pronunciar para assumir que precisa se desligar de tais dores? Será que já passou por tua cabeça que o mar está lá fora esperando-te para te banhar de alegrias constantes que não se naufragarão nas primeiras tormentas? Claro que não sabes, ainda está aí, estagnada em teu cantinho de proteção, em teu sofá, onde ninguém mais senta ao teu lado, usando essa maquiagem sem graça, mas que esconde as marcas das lágrimas pesadas que por teu rosto escorreram durante horas que ficastes em silêncio, sufocando a agonia entre almofadas e lençóis. Eu posso te entender, o mundo anda tão desumano, as pessoas parecem que se sentem bem criando crateras invisíveis em teu coração, não é mesmo? E só porque são invisíveis não significa que não te consumam diariamente, e aos poucos vão tomando todo o ambiente, tuas palavras, teus livros, teus filmes, teu perfume, tuas roupas, teu quarto, até mesmo teu dia. E é nessa hora que percebes não ter mais forças para lutar contra essa dominação, expulsar essa mancha negra e doentia de tudo, mas apenas consegue, por sobrevivência, controlar que não seja rendida ao pó de tuas tormentas. São desafios constantes que te seguem, te limitam, te colocam à prova teus sentimentos e a parte mais linda da tua poesia, então, criança, vá ver o mar, mergulhe em tuas águas silenciosas e se permita ser tua vela e teu barco, ou quem sabe, até mesmo uma jangada… Vá criança, vá cortar as ondas, vencer a maré dos medos, velejar por entre oceanos ainda desconhecidos, ultrapassar os cinturões das fantasias mais obscuras da tua mente e, por fim, ver o infinito dominar teu horizonte, encontrar tua ilha de proteção, caminhar pela areia do destino, ainda molhada pelos beijos do mar, e entre passos achar, por fim, a tua alma que havia guardada em uma garrafa e lançada ao mar, ela se protegeu do abismo, das lágrimas que por tanto tempo se confundiram com tentativas de sorrisos verdadeiros, e ali ficou, a tua espera, ao teu resgate que, enfim, chegou.